domingo, novembro 16, 2008

O Truque


Lá estou eu no corredor da morte, perdão, corredor do Lidl, passeio os vegetais, contas feitas, lista no bolso de trás e ideias claras. Eles também sabem disto. Viro a direita e lá está! O corredor das promoções, aqueles produtos que não era possivel virer sem. Mas viviamos e bem! Ums ténis fantasticos, cores lindas costuras deliciosas e aquele preço de arrepiar. Algo com 99. A história de sempre. “Mas está tão barato. Eu preciso mesmo disto. Que sorte mesmo agora que eu estava à procura de...” aquela vóz na minha mente joga comigo. E que linda sensação a de comprar algo por menos que pensavas. E de qualidade alemã!

Como sei que não sou o unico parvo que sabe que estão a brincar com ele e cai na mesma. Não me censuro muito, mas foda-se! Para que mais merda em tua casa? Sensação de trocar os cromos de puto pelas promoções da loja dos trezentos e chocolates franceses. Estou mais internacional, sim senhor. Mas a que custo? Compro marcas de todas as terras e proveniencias. No fundo vem tudo da China e é etiquetado a porta da loja. Mas o truque está na imagem de marca, não? Então que imagem de marca tem um supermecado alemão a vender produtos chineses etiqueados em espanha com rotulo em português? Internacional? Hipocrita? Indecisa? Ou apenas uma imagem do século XXI? Eu sei o que sou, uma imagem de um otário... perdão, consumidor, que já comprou demasiados jornais pelo filme, revistas pelo cd e cereais pelo brinquedo. O Carlos Grade tem razão, é a brindo dependencia, a loucura da promoção, a compra da nova inutilidade para a sala de casa e para nós safados machos, os pneus mais largos, o GPS com mais radares da policia ou o carro mais potente.

Ao chegar a caixa do local de compra de produtos chineses, embalados em espanha com rotulos em português a conta não bate, já comprei um teclado sem fios para o computador da sala. Que fazer? Talvez nada.

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