quarta-feira, novembro 30, 2005

Tabu


Hoje li um texto num blog que falava no tabu da religião em Portugal. Lembrei-me logo do Cavaco. Que neste pais dizer verdades sobre a igreja, Jesus ou o Padrinho... ... desculpem o Papa, dá direito a exclusão social, ofensas a integridade física e moral, eu já sabia, mas como aqui mesmo pude constatar falar do Cavaco também. Ainda bem. Isso quer dizer que vai haver gente feliz pelo passo atrás que vamos dar. O mais engraçado é que o Cavaco não parece importar-se com as criticas/sátiras/gozações feitas sobre ele.

Se (eu disse se) eu escrevesse aqui que acho a maior das hipocrisias existir uma igreja católica, que é a empresa mais lucrativa da história, que prega o sacrifício, a abstinência, o arrependimento e uma maior valorização da moral, diziam-me logo que não se deve criticar a fé dos outros. Como escreveu o Barnabé no seu blog um tempo atrás: “Porque não?”. Podia ser me dito que gozar, criticar ou satirizar a igreja é algo que não se deve fazer sem conhecimento de causa. Bom, tenho um avô diácono, sou convidado a reuniões católicas de tempo a tempo, sou fruto de uma relação proibida pela igreja, a de pessoas divorciadas e sei pelo menos de um estabelecimento católico na propriedade familiar. Mas é difícil aceitar que a instituição, que não sendo governo, mais prejudicou este pais na sua história, seja algo para o qual deva contribuir conscientemente, não bastará o dinheiro que me é retirado nos impostos sem que me perguntem a opinião?


Se eu dissé-se que o Sócrates é maricas, ninguém se importava, ou se dissé-se que o melhor candidato a presidente da Republica é Manuel João Vieira, não me levariam a sério. No entanto se falarmos no homem bolo rei, na igreja ou na credibilidade do Expresso, seremos atacados por fieis irados. Como diz o meu pequeno primo do norte: “A igreja já não é grandinha para se defender sozinha?”.

Já me foi dito que se falares mal da Opus Dei tás lixado. Porque razão não posso falar mal de quem quero? Para não finalizar com uma pergunta volto a citar o sábio primo pequeno do norte: “Chichi, coco, merda!”

4 comentários:

Maria disse...

Com a idade vamos aprendendo, não sei se bem se mal, que existem de facto instituições intocáveis. è a realidade. Mas no futuro, a (muito)longo prazo, quem sabe?

Anónimo disse...

Cada vez te admiro mais Negrão! Acho que temos que nos libertar de preconceitos baratos e deixar fluir a nossa essência (revolucionária, mas não sectária). Lá por termos ideais partidários não devemos fechar a pestana, também devemos ser criticos até mesmo da nossa cor...! Não concordas?! Como já te dei a entender em conversas não gosto do Homem do Bolo Rei/ Rei coroado e destronado do Alcatrão até Boliqueime...! eheheheh O que vai acabar por ser novamente coroado pelos analfabetos que não esqueceram...eheheh
Beijuuuuuuuuus

aquelabruxa disse...

lol
claro que tens toda a razão, amigo.
e a fé das pessoas simples não tem nada a ver com as imposições da igreja. a guerra, por exemplo, é uma questão política, o povo é vítima.
outro assunto: dás alguns erros, e eu adoro línguas, por isso não te ofendas, mas é "dissesse" e nunca "dissé-se".
quizesse
pudesse
apanhasse

fazes confusão com, por exemplo, "apanha-se"que se usa numa frase tipo:
a uva apanha-se em setembro.

:)

aquelabruxa disse...

já agora eu também dou erros, é "quisesse" e não "quizesse"
lol

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