segunda-feira, dezembro 19, 2005

Natais


O Natal, uma época de fantasia, alegria e esperança, está a chegar. Hoje recordo natais passados, contados e imaginados. Falo das historias que nos contam, das coisas que recordamos e de coisas que gostávamos de ter vivido nesta época de confraternização, amor e paz.

Quando pequeno, certa vez, minha mãe disse-me um dia que quando era pequena no dia 25 de manhã encontrava em sua casa umas pegadas que iam em direcção a Arvore de Natal. Tais pegadas eram a marca da passagem de alguém que nasceu para nos salvara todos, alguém que trazia os presentes que todas as crianças esperam encontrar debaixo da decorada arvore. Quando a minha mãe era uma criança, coisa que parece todos já fomos, a Coca Cola não era ainda a patrocinadora oficial do Natal.

Quando eu era pequeno, o senhor do telejornal desejava-nos na noite de vinte e quatro de Dezembro um feliz natal. Sabíamos então que começava a contagem decrescente para que a avó Chica, a mãe e as tias presentes aparecessem com sacos muitos, cheios de embrulhos. As crianças eram sempre as primeiras a receber as coisas que o pai natal da avó, da mãe e das tias e tios, mas todos os anos havia um embrulho maior que os outros. Adivinhar o que seria este embrulho e a quem se destinava era quase sempre a minha parte favorita desse bocado da noite. Depois quando nos eram entregadas as prendas começava a luta, luta contra o papel, o plástico e tudo o que nos impedisse de alcançar o tão desejado presente. Muitos beijos eram lançados a quem nos entregava estes lindos presentes.

No ano de mil novecentos e noventa mudamos para Madrid, lá aprendi que o natal é só para as famílias mais abastadas, as outras comemoram apenas o dia de reis. Os reis magos por serem quem levaram as prendas ao novo rei são quem trazem por lá as prendas. No dia seis de Janeiro há a parada “de los Reyes Magos”. Nas ruas de Madrid são lançados “caramelos” para as crianças e não tão crianças. Festa da grossa.

Muitos anos imaginei, que nesse dia me dariam bilhetes para os concertos que vinham no verão. Sonhei com ver os metallica, os Guns and Roses, os Aerosmith e tantos outros grupos de rock que sucesso faziam nas épocas em questão. Sonhei mais tarde com encontrar muito dinheiro, mas nunca parecia ser suficiente, apenas a minha madrinha me dava a quantidade que eu achava merecer. Hoje sei que cada um nos dá o que pode e que todos querem que fiquemos felizes com o que nos dão.

Mais importante de todos os natais passados foi com certeza a alegria, e os desejos de felicidade por todos partilhados, mesmo nos anos em que ninguém tem $$ para dar as prendas que queria. Esperemos que este ano alguém me de um bilhete para algum concerto de rock e muito salto.

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