sexta-feira, dezembro 09, 2005

Carnaval em Coimbra


“Porque este fim de semana parece que vai haver bom tempo, tento escrever sobre coisas alegres. Antes de ser um homem exclusivamente laboral, tinha que inventar para começar qualquer aventura, hoje tenho algumas para contar.” – Amigo esquecido –

Numa tarde de quarta, durante a semana antecedente ao carnaval, lá estávamos nós no nosso templo de conhecimentos. O da linha dizia meio para o ar: “temos que decidir o que se vai fazer hoje!” . Falamos com amigos, abordamos conhecidos, quando uma estranha que nos ouvia disse algo referente a uma festa em Coimbra que ia ser do best.

Juntamo-nos cinco malucos publicitários (ou quase) e rumamos para Coimbra. Eu punha o carro, as portagens, roupas úteis na festa e alguma bebida, o da linha trazia mais bebidas, mais disfarces e afastadores da realidade, os outros bom humor, roupas estranhas, companhia e $$ para a gota.

Em “apenas” quatro horas chegamos ao centro do pais e fronteira entre o Porto e Marrocos. Buscamos um lugar para o jantar que não tivesse cara de ser mais caro que o meu carro (um peugeot 205 de oitenta e sete, que foi vendido depois por seicentos euros) e encontramos uma tasca que anunciava em letra garrafais: “Temos comida de Marrocos a Caminha”. Como sou fã de Cous-Cous e afins e pensei que Marrocos fosse em África, entramos.

Marrocos, segundo parece é tudo abaixo de Coimbra, motivo pelo qual a única comida “marroquina” que havia era leitão à Bairrada, açorda e lulas fritas à Setubalense. Tivemos que optar pelo leitão. Comemos tanto quanto conseguimos mas tivemos que ouvir a triste pergunta, se estava “bonzinho”, e se tínhamos pouca fome. As gentes lá de Portugal genuíno (Norte) comem muito, começo a perceber o problema da obesidade em Portugal.

Ao sair descobrimos um jardim paradisíaco. Dirigimo-nos lá e por lá ficamos a cantar clássicos como Conã o homem rã, masturbação para bem da nação e só eu sei porque fico em casa. Quando paramos para o descanso dos artistas tínhamos reunido um grupo de jovens estudantes de mais de vinte pessoas, era a hora para o cachimbo da paz. E assim o fumo cobriu o jardim e a nossa fuga em direcção a tal festa de carnaval.

Quando lá chegamos, qual não foi a nossa surpresa ao descobrir o preço do bilhete para a festa, um euro por cabeça. Pelo preço de um bilhete em qualquer festa universitária em Lisboa, entramos os cinco. Para que a nossa alegria aumenta-se o álcool custava cinquenta cêntimos o copo. Nada parecia poder correr melhor.

Uma hora depois de entrar na festa uma jovem, que mais tarde descobri ser de Rio Maior, convidou-me para apanhar ar à porta da festa. Fui, conversamos sobre muita merda, sobre o céu, sobre musica, sobre a noite que estava e sobre sexo. Conversas destas tem por vezes finais engraçados. Ela contou-me que tinha um namorado lá na terra, mas que não gostava muito dele, trazia-lhe segurança não estar sozinha. Tenho uma foto sua.

Umas horas depois, o entretanto é entre a jovem e eu, foi encontrar a porta da festa os meus quatro amigos a fazerem uma festa deles e dos seus novos amigos, mais amigas que amigos, cantavam, fumavam, bebiam e alguns até dançavam. Carreguei o carro com os cabiam, uns 8. Distribui por republicas variadas os estudantes de lá e rumamos às seis da manhã para a metrópole, ou como diria o nosso cozinheiro da noite, Marrocos city.

Por volta das oito da manhã estávamos presos na calçada de Carriche, no meio de um engarrafamento típico de Lisboa. Começamos então a planear o próxima viagem a cidade universitária mais velha por isso do mundo.

2 comentários:

António_Pinto_de_Mesquita disse...

Boas,
Acho que nunca escrivi tão mal na vida, mas escrevi, está escrito.
bom fim de semana

Maria disse...

Aproveita agora essas loucuras, pois são as melhores memórias que ficam da juventude... ai, as festas da faculdade, se as paredes falassem...

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