sexta-feira, outubro 21, 2005

O teleembuste !




Desde Novembro do ano passado que tenho o “prazer” de trabalhar como operador de call center (vulgo gajo do telemarketing). Comecei por trabalhar para o monstro das telecomunicações, a PT. Estive lá até Agosto deste ano. Depois fartei-me de trabalhar numa empresa que maltrata tudo e todos só porque pode. Carrega planos de preços as pessoas (consumidores) sem lhes perguntar qual a sua opinião, muda os horários dos seus funcionários avisando-os 48 horas antes, sem justificação, cobra chamadas aos consumidores que estes nunca fizeram e entre outros, principalmente, cobra-lhes 15 euros só para terem um telefone em casa. A juntar ao facto de trabalhar para esta maravilha de empresa, tinha ainda o prazer de ser cumprimentado pelo meu superior directo (de nome Fernando) com expressões como “Vai para o ca**lho!”. Meia hora depois de este individuo ser meu chefe já tinha ouvido 15 minutos de conversa a respeito de como eu não poderia tratar “desta” forma os funcionários desta senhora (a chefe). Como não sabia de que me falavam pois ainda não tinha tempo para tratar de forma nenhuma os tais funcionários onde eu era suposto me enquadrar, pedi rescisão de contrato com efeito imediato (fui me embora).

Como seria apenas lógico, comecei outra vez a busca pelo trabalho temporário ideal. Mandei algumas dezenas de curricula vitae e obtive no mesmo dia um retorno por parte de uma pequena agencia nova, onde marquei na manhã seguinte uma entrevista. Fui para a tal entrevista “armado” de tudo o que se leva nestas ocasiões: Um cadernito, uma caneta, um jornal debaixo do braço e um sorriso triunfador. Um jovem de uma faculdade vizinha recebeu-me no seu pequeno escritório. Prometeu-me este mundo e o outro e no meio marcou-me uma entrevista num pequeno call center perto do Saldanha (onde é o meu estágio). Com grande entusiasmo (o que só dois saudosos ex-universitários podem ter) deu-me um abraço e prometeu-me que tudo iria correr as mil maravilhas.

No dia seguinte comecei uma formação que prepararia para toda a minha vida profissional (háháhá) em apenas 2 dias. Após este dois dias deram-me magnificas noticias, na segunda feira aquele senhor tão parecido com o Zézito Castelo Branco ia me contactar para me informar de quando seria o meu inicio laboral nesta bela instituição. Até hoje estou a espera desse telefonema.

Recomecei então a minha busca pelo meio de labuta que iria pagar as minhas contas. Mandei mais algumas dezenas de curricula vitae e no mesmo dia fui contactado por outra agencia de teletrabalho, para não me repetir digo apenas que após mais três dias de formação, fiquei lá mais cinco dias. Nestes cinco dias a minha mãe, coitada, foi ofendida umas dezenas de vezes, tentei vender canais de televisão a pessoas mortas, a desempregados, a pessoas que não tem tempo para ver a caixinha que governa o mundo e a pessoas que não sabem o que é o canal Playboy. Após esses cinco dias alguém já gritava comigo outra vez e me ameaçava com o corte do precioso dinheiro das contas. Escrevi mais uma carta de demissão e fugi dali a sete pés.

Três empresas por onde passei, mais rápido ou devagar para apenas chegar a conclusão que todos querem vender frigoríficos a esquimós não sabem como. TENTEM VENDAR AS PESSOAS ALGO QUE ELAS QUERIAM MESMO. NÃO NOS CHAMEM DE ESTUPIDOS!!

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