terça-feira, março 27, 2007

Turbilhão



Acelerei mais um bocadinho, já ia a 170 km/h. Acendi um cigarro e troquei de CD. Como é fácil ser inconsciente na A2! Encostei à faixa da direita, vinha um Porsche muito mais depressa que eu. Ache que fiquei com inveja e acelerei um pouco mais eu também. O carro parece estar mais estável a 200 km/h do que antes. O Tom Jobim acompanha-me nesta viagem. Canta calmamente as Aguas de Março. Eu puxo e travo uma boa quantidade de fumo e riu. Riu calma e sorrateiramente, tenho um carro da BT atrás de mim. Não me mandou parar, apenas sair da frente, parece que ia em perseguição do Porsche. Que sorte. Fiz uma curva mais apertada, com o pedal a tocar o chão do carro. O transito está todo parado. Acendo os quatro piscas e paro a milímetros de um velho Talbot Samba de capota aberta. Começou o para arranca e eu enrolei um charuto. após 20 minutos de muito pára/arranca, o charuto já estava fumado e descobri o motivo de tamanho turbilhão, o tipo do Porsche estava de joelhos no chão, a chorar. O Porsche estava desfeito, tinha atropelado um pequeno cão, a tentar evitar tal coisa a BT entrou pela traseira do Porsche e os dois agentes que lá se encontravam tinham morrido no embate. Que turbilhão de emoções e ideias deveria estar a passar pela mente daquele homem!

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