terça-feira, dezembro 06, 2005

As gentes do meu planeta


Quando nos ligamos ao mundo temos imagens. Imagens de gente magra, bonita, rica e sem problemas. De certa forma todos queremos ser assim, mesmo que liguemos o telejornal da TVI, onde todos são mais desgraçados que nós.

Estamos numa sociedade onde temos necessidade de nos sentirmos de alguma forma belos. Tratamos dos nossos corpos, compramos a roupa que nos de o melhor aspecto possível e trabalhamos na esperança de um dia termos dinheiro para realizar os nossos sonhos caros (morar em cada continente no mínimo 6 meses, para mim).

O problema de esta massificação de conceitos está nos egos. Se por um lado todos queremos ser “o tal” em algo, por outro lado parece que todos temos o rei na barriga. Digo todos e vou do executivo com o seu carro alemão de ultima geração, até a menina de dezoito que apanha o autocarro para o seu emprego de telefonista numa empresa que ela nem bem sabe que produz. Esta afirmação pode ser constatada em qualquer paragem de autocarro, em qualquer templo do consumo ou em qualquer praia deste nosso mundo. Falo claro daquele em que vivemos, a sociedade que se diz civilizada e civilizadora.

Todos adoramos a frase de Andy Warhol, que diz que todos terão os seus quinze minutos de fama. Alguns preferiam fugir desse dia, mas todos adoramos a frase. É um conceito de que por muito médios que sejamos, algum dia algumas pessoas vão olhar para nós. Por outro lado, será que pensamos no preço dos tais quinze minutos? O tal do Zé Maria BB tentou-se matar por falta de atenção sobre ele, ou só para chamar a atenção. O Kurt Cobain a mim ninguém me convence que não morreu de excesso de atenção e outros por ai haverá que morrem por que ninguém olha para eles.

Eu por meu lado gosto de ser apenas mais uma silueta na multidão. Chamo a atenção na minha casa, as vezes na minha família e principalmente a atenção do meu amor. Deve ser coisa de apaixonado.

1 comentários:

aquelabruxa disse...

o kurt seguiu viagem... viste o filme "last days"? parece que nos últimos tempos falava sozinho constantemente. esta vida é tão estranha... tão ambígua... durante muito tempo já pensei que "tudo isto" não passa de um sonho. até hoje foi a minha melhor teoria.
:)

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